Esse texto foi resgatado de um post antigo do Instagram na minha página e trata sobre Ninfomania: que é um transtorno que transforma o desejo sexual em obsessão.
Caso você se identifique, não sofra mais, faça uma consulta com um psiquiatra.
Aviso: este é um relato real que contém assuntos delicados como: relacionamento abusivo, assédio e estupro.
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Aos 5 anos fui molestada por um primo, aos 9 pelo pai de uma amiga. Mas nenhum chegou a ter relações. Me penetraram com o dedo, me lambiam e me beijavam. Eu não entendia o que era aquilo até contar pra minha mãe.
Aos 11 anos fui estuprada pelo meu tio. Foi completamente desesperador… Desse dia em diante decidi que iria descobrir o pq tantos homens buscavam isso, e coloquei na minha cabeça que destruiria a vida de cada um que buscasse sexo comigo.
Eu menstruei muito nova, aos 9 anos, então sempre tive corpo de mulherão.
E assim fiz: um namorado de uma prima começou a dar em cima de mim quando eu tinha 12 anos e ele 19. Dei corda, fiz ele terminar o namoro com a prima dele, fiz ele assumir uma criança de 12 anos como namorada, mas não tive coragem de transar com ele.
Depois disso tive mais 2 namorados, os quais nunca tive sentimento nenhum. Os traia em todas as oportunidades. Eu mesma me julgava e me condenava por sentir tanto desejo sexual.
Aos 19 anos iniciei meu quarto relacionamento sério onde, pela primeira vez, senti algo por alguém. Nunca trai, foram 9 anos de muita cumplicidade, porém ele nunca conseguiu “dar conta” do meu desejo e das minhas loucuras. Isso me frustrava.
Depois do nosso término fiquei 1 ano solteira, ainda fazendo tudo escondido e me fazendo de santa aos olhos dos outros. Como uma pessoa que é molestada 2 vezes e estuprada ter esse desejo sexual? Me achava doente.
Após o término desse relacionamento busquei me conhecer. Passei a me masturbar, estudar sobre práticas que me chamavam atenção como o BDSM, e me descobri uma mulher dona de si.
Infelizmente passei por um relacionamento abusivo que durou 1 ano e eu não percebi os inúmeros abusos.
Foi quando decidi procurar ajuda pra me entender e parar de me julgar.
Iniciei com terapias e consultas mensais ao psiquiatra. Me fizeram entender a doença, sim ninfomania é doença, me explicaram os níveis e o trabalho em me diagnosticar começou.
Isso incluía anotar num papel quantas vezes por dia eu pensava em sexo, se existia um padrão físico ou se eu não tinha filtro, se a fase hormonal do mês influenciava e até conhecer minha sexualidade.
É completamente assustador perceber que eu pensava em sexo em torno de 70 vezes por dia, que se eu tivesse oportunidade me masturbar ia o dia inteiro, enxergar que eu não sou bissexual foi uma surpresa, na verdade pegar mulher faz parte de sair da rotina, que todo ninfomaníaco odeia.
Indaguei aos 2 médicos do pq isso, já que era pra eu ser traumatizada e, por longos meses, esses 2 profissionais me ajudaram a enxergar que essa violação ao meu corpo e a minha infância só fez com que aflorasse mais cedo meu desejo sexual.
Mais assustador ainda foi perceber que não enxerguei um relacionamento abusivo que terminou em agressão e facadas, pq foi a única pessoa que conseguiu acompanhar meu ritmo, desejo e loucuras sexuais. Olha a proporção que isso toma….
Os homens ficam empolgados quando conhecem uma mulher ninfomaníaca, no início é um mar de rosas, até que eles se frustrem por não dar conta, por imaginar que a mulher vai procurar mais sexo, por se sentirem diminuídos como homens.
Ser ninfomaníaca tem seu lado bom? Tem sim…. A liberdade que temos é incrível, a falta de pudores é sensacional, a intensidade em cada relação sexual é muito bom.
Mas passar o dia sentindo desejo, procurando parceiros não é legal. Posso falar por mim… Já transei com 4 caras diferentes em 1 único dia e não estava satisfeita.
Por várias vezes quando uma transa termina, já começo a pensar quem pode ser o próximo. Hoje, aos 34 anos, já transei com mais de 300 homens e mais de 100 mulheres. Tenho tudo devidamente anotado afinal, o tratamento está longe de terminar.
Meu diagnóstico é grau 2, ou seja, não arrumo desculpas pra não trabalhar pra transar por exemplo. Mas nesse grau já se vive na promiscuidade, no desejo constante, até se passa por cima de valores muito valorizados por mim, como sair com pessoas comprometidas.
Para uma ninfomaníaca um dia sem transar é o fim do mundo. Para uma ninfomaníaca a falta de efeito nas medicações que deveriam diminuir a libido é frustrante. Para uma ninfomaníaca ninguém pode saber quem ela realmente é, ainda vivemos em uma sociedade machista que mulher não é dona do seu próprio corpo.
Esse desejo exala pela pele, no olhar, nós trejeitos, no comportamento, mas é tudo.involuntário.
Boa parte de ninfomaníacos são resumidos somente a sexo, esquecem que tbm somos seres humanos. E entre as relações tbm gostamos de carinho e atenção.
A grande maioria dos ninfomaníacos não conseguem se envolver sentimentalmente. O que nos torna, por vezes, frios fora da cama.
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Nota da página: agradeço a seguidora que compartilhou conosco sua história. Esperamos que possa ajudar que precisar.
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